Quem acompanha os avanços do universo das redes sociais, cria conteúdo para internet e/ou trabalha com marketing de conteúdo e marketing digital sabe que é um meio em constante transformação. Há bem pouco tempo, o TikTok, uma rede focada em vídeos curtos, estourou na mídia, o Instagram apostou na ferramenta Reels, os podcasts se popularizaram, as videoconferências se tornaram habituais... Já deu para perceber que o audiovisual vem reconquistando bastante espaço na internet, não é mesmo? E é desse “boom” do audiovisual que surgiu a rede social do momento: Clubhouse. Você ainda não conhece? Então vem com a gente.
O que é o Clubhouse e para que serve?
Clubhouse é uma rede social totalmente baseada em áudio. Você e outras pessoas criam salas de bate-papo, ou rodas de conversa, para debater e trocar ideia sobre os mais diversos assuntos utilizando somente a sua voz, e ouvidos, claro (nada de vídeo ou texto). Qualquer pessoa que estiver na rede pode se interessar pelo assunto e entrar na sala. Naturalmente, também existe a possibilidade de salas privadas. São conversas ao vivo que podem ter um viés profissional ou não. Cada sala pode agrupar até 5 mil pessoas.
O aplicativo foi lançado em 2020 pela americana Alpha Exploration Co., criado por Paul Davison e Rohan Seth. Pouco depois de seu lançamento, em dezembro de 2020, o Clubhouse foi avaliado em quase 100 milhões de dólares, e em janeiro de 2021 já foi reavaliado em 1 bilhão. Por enquanto, só funciona em sistema IOS, mas, segundo os próprios desenvolvedores, em breve estará disponível também para Android – que é inclusive muito mais usado no mundo que o IOS. Mesmo em versão beta e com vários obstáculos de acesso (como a indisponibilidade para Android), o Clubhouse já ultrapassou 8 milhões de downloads. Além do Brasil e Estados Unidos, a plataforma está em alta em países como Reino Unido, Alemanha, Japão e Turquia.
A presença de celebridades no app também colaborou para o sucesso. Mark Zuckerberg, criador do Facebook, foi um dos que apareceu por lá e fez boa repercussão da novidade. As salas de conversa rolam de forma descontraída, por convergência de interesses, então não se espante se, de repente, você se ver um uma sala com pessoas famosas ou influentes como o bilionário Elon Musk, CEO da Tesla, por exemplo, que também estreou no Clubhouse.
Como o Clubhouse funciona?
O Clubhouse funciona exatamente como as outras redes sociais aos quais estamos habituados: você cria um perfil com foto e uma biografia, pode seguir pessoas e as pessoas podem seguir você. Se quiser encontrar algum amigo, é só ir na ferramenta de busca (ícone da lupa). No primeiro acesso à plataforma, o aplicativo pede que você selecione seus principais interesses, até para poder direcionar melhor as salas e clubes que vão aparecer na sua tela inicial.
Isso mesmo, além das salas, o aplicativo permite a formação de clubes, no entanto, o recurso ainda está em fase experimental e não é possível criar clubes à vontade. Por enquanto cada usuário pode solicitar a criação de apenas um clube. A ideia dos clubes é agrupar pessoas com interesses em comum que serão debatidos de forma mais recorrente. Embora a criação de clubes ainda esteja bastante restrita, é possível entrar nos clubes já existentes.
No recurso do calendário, aparecem as salas e clubes que estão em atividade nas próximas horas. No calendário você também pode agendar um evento, uma sala de bate-papo, e adicionar tanto pessoas para serem anfitriãs junto com você, quanto convidados, no caso de uma entrevista, por exemplo.
Com o bate-papo rolando, as pessoas podem entrar na sala apenas como ouvintes, ou também podem pedir pra falar. Os anfitriões daquele evento decidem se liberam ou não o microfone. Pra pedir pra falar basta utilizar a ferramenta de levantar a mão, já conhecida nas plataformas de videoconferência.
Como entrar no Clubhouse?
Ainda em fase de teste, o Clubhouse funciona apenas por convite, ou seja, você precisa ser convidado para entrar. Também existe a possibilidade de fazer um cadastro, entrar em uma fila de espera, e aguardar até que alguém que conheça você, e já esteja lá dentro, libere sua entrada. Clique aqui para baixar o Clubhouse App.
Os desenvolvedores têm trabalhado por uma maior estabilidade do aplicativo e já divulgaram que a ideia é que, futuramente, qualquer pessoa possa se registrar, sem necessidade de convite. O problema é que a febre e a vontade de estar por dentro do assunto do momento faz muita gente cometer loucuras, como pagar mais de 200 reais por um convite para o Clubhouse. É isso mesmo: já tem anúncios de até 300 reais no Mercado Livre por um convite.
Críticas ao Clubhouse
Além de você precisar ter um iPhone e ser convidado por alguém para entrar, o Clubhouse também tem sido bastante criticado no quesito acessibilidade. Pessoas com deficiência auditiva, pelo menos por enquanto, ainda estão excluídas desse novo mundo de roda de conversa por áudio. O problema gerou manifestações em outras redes, como Instagram e Twitter, engrossadas também por deficientes visuais, já que o aplicativo foi disponibilizado sem qualquer configuração para permitir a utilização de leitores de tela. No final de janeiro de 2021, os fundadores da nova rede social publicaram uma nota explicando que estão trabalhando para tornar o Clubhouse mais acessível, mas sem entrar em detalhes.
O que é melhor: Clubhouse, Zoom ou Podcast?
Na verdade, Clubhouse, Zoom e Podcast são três coisas bem diferentes, embora tenham lá suas semelhanças, então a resposta é: depende do seu propósito. O Zoom é uma plataforma de videoconferência, onde você não apenas conversa com outras pessoas por áudio, mas também por vídeo. O Zoom também permite que você compartilhe tela, faça apresentações, se comunique pelo chat por texto, enquanto o Clubhouse não tem recursos do tipo e provavelmente nunca terá, a proposta é outra.
Se pensarmos em interação por voz – áudio – os podcasts seriam a tecnologia mais próxima da nova rede social. Há inclusive quem já esteja chamando o Clubhouse de “a evolução dos podcasts”. A diferença importante de ser ressaltada é que o podcast não é uma rede social. O podcast é uma ferramenta mais independente, além de não ser ao vivo. Você grava, edita, hospeda em alguma plataforma e o conteúdo fica disponível para quem quiser ouvir, na hora que quiser. Você não interage com um podcast, não participa da conversa.
A verdade é que o Clubhouse apresentou uma forma inovadora de consumo de informação por voz, e isso é o mais interessante. Seus criadores surfaram na onda da profissionalização dos criadores de conteúdo para internet e não é surpresa que o The New York Times tenha publicado um artigo revelando que a plataforma também está testando um programa piloto para influenciadores. Segundo o jornal, cerca de 40 criadores de conteúdo foram convidados a participar. O programa inclui reuniões periódicas com os desenvolvedores e acesso antecipado a ferramentas especiais e novos recursos. É um novo e promissor caminho para o mercado da criação de conteúdo, por isso, fiquemos atentos!
Leia também:
- Tendências para criação de conteúdo digital em 2021
- 7 dicas para crescer como influenciador digital
- Freelancer: entenda o que é e conheça as melhores plataformas para se cadastrar e ganhar uma graninha extra